Pedro Rodrigues
Catando a poesia que entornas no chão.
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
A Bailarina
A Bailarina,
Saltita em sonhos e sonhos meus.
Minha mente rodopia suavemente,
Acompanhado aos gestos seus.
Sedas meus sentidos
Para que eu não possa ver além da dança e da razão.
O teu corpo é um híbrido pássaro alado,
Que passas fugazmente no meu mundo,
Inebriando-me de sensações.
Ou uma borboleta cintilante
De cores púrpuras,
Que pisas em nuvens,
Absorvendo os suspiros
E os olhares vidrados da platéia invisível.
Enfeita meus olhos enxutos de luz,
Ensina-me a voar pelos oasis da ternura,
Enquanto recolhes as harmonias
E as melodias suspensas.
O meu pensamento viaja,
Sincronizado com a leveza de suas pernas e braços.
Oh, Bailarina,
Por que fizeste do meu corpo,
O palco do teu grandioso e efêmero espetáculo?
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Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Aroma Barato
Até os bêbados mais sujos da cidade
Sabem teu nome,
O teu perfume doce e forte
Emprenhava-se nas roupas dos homens
Que ali se encontravam
Empestando aquele velho bar,
Com teu aroma barato
Que eu tanto tentava esquecer
Desfilava diante dos meus olhos
Com sua pouca roupa estreita, vermelha
O olhar dissimulada,
Quase nua
Enquanto os velhos fedendo se esfregavam no teu corpo,
Velhos esses,
Que por respeito ou nojo
Não beijavam sua boca
Mas se deitavam com os cachorros da rua
A maquiagem forte,
Talvez pra esconder as marcas do prazer.
Minhas mãos se inquietavam em meu rosto
E rabiscavam teu nome naquele guardanapo usado,
Mas não tão usado quanto você.
A raspa da sociedade sussurrava em teus ouvidos
Um dialeto estranho,
Que você sorrindo fingia desvendar
A linguagem dos alcoólatras caídos
Que a tocavam sem drama
Descontraída,
Ignorava minha retina, que te fixava em chamas,
Enquanto contia minha ânsia,
Pra não te vomitar.
Não é possível que você se venda tanto.
Eu já vi putas mais decentes,
Não se abale com minhas verdades,
Estanque esse falso pranto, fingida.
Você não me surpreende.
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Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
O Silêncio
Comparando as festas que me convidam,
O silêncio do meu quarto
Parece ser bem mais interessante
Minhas meninas têm mais o que fazer,
Como curtir outras meninas,
Outros amigos,
Outros amantes.
O silêncio é bonito,
Bem mais que alguns assuntos
Não é invocado, sórdido
Nem ao menos inseguro.
Se o homem precisa do outro
É porque não tem a si,
Viro-me bem sozinho,
Com minhas músicas de fossa,
Com o frio,
O vinho,
Com meu café forte
E com que chamam por aí de solidão.
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Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Top 5: Dia dos Pais.
Dia dos pais chegando e com base nesse
tema, montei uma lista de cinco músicas, que se referem aos diferentes tipos de
pais, contendo ainda uma faixa extra. Espero que gostem.
Cliquem para conferir.
Cliquem para conferir.
Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Deixe-me só
Deixe-me só
Deixe-me sozinho
pois assim será melhor pra nós
Deixe-me só
Pois só assim talvez
Você será feliz
Deixe-me só
Dêi-me a liberdade de que preciso
Liberte-se de mim
Desse mal que te causo
Vá em meio desse céu azul
Que eu ficarei aqui,
Nesse nosso quarto escuro, que me toma
E me mata aos poucos
Mas onde é bem mais tranquilo
Não deixe que eu destrua teus sonhos
Dos teus sonhos de sonhar, de amar...
De viver pra sempre ao lado de alguém
Não me chame de "Meu bem"
Não me dê a compreensão
Não estique a mão na intenção de me puxar desse poço
Não me dê carinho
Muito menos amor
Apenas me deixe sozinho
Convivendo com essa dor
Deixe-me só
Deixe-me sozinho
pois assim será melhor pra nós
Deixe-me só
Pois só assim talvez
Você será feliz
Deixe-me só
Dêi-me a liberdade de que preciso
Liberte-se de mim
Desse mal que te causo
Vá em meio desse céu azul
Que eu ficarei aqui,
Nesse nosso quarto escuro, que me toma
E me mata aos poucos
Mas onde é bem mais tranquilo
Não deixe que eu destrua teus sonhos
Dos teus sonhos de sonhar, de amar...
De viver pra sempre ao lado de alguém
Não me chame de "Meu bem"
Não me dê a compreensão
Não estique a mão na intenção de me puxar desse poço
Não me dê carinho
Muito menos amor
Apenas me deixe sozinho
Convivendo com essa dor
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Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
Próprio
Da minha pouca idade,
Herdei a ingenuidade e devoção dos meus avós,
Sem saber que as verdades,
Vão além das catedrais
Eu sou meu próprio Deus,
Sou consequência da minha própria lei,
Não hei de me julgar,
Foi Ele que permitiu
Quantas pedras irão me jogar?
Quantos leões terei que acalmar?
E nem ao menos faço questão de dizer que estou certo
Cada um tem o direito de ser o que é,
Não quero tua jangada,
Teu mapa,
Traço meus caminhos
Com meus próprios pés
Não me converta,
Não me aliene,
Entenda,
Cresça!
Meu templo é minha própria alma,
Faço dos meus conceitos, à doutrina
Minhas escrituras, são minhas marcas
Sou sábio suficiente para a firmar
Que minha única certeza
É minha eterna dúvida.
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Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
Longe de mim ela se perde
E a encontro em qualquer lugar
Nos lugares mais estranhos
No conforto de outros braços
Está nesta vida, por estar
E quando chega a noite
Desvaria por aí...
Não sabe mais com quem se levanta
Quanto mais com quem vai dormir
Eu não a desejo mal,
Apesar de ter todo direito
Por ter sido escravo dela,
Sepultado sem reza no teu leito
Ela bola maliciosos mapas
E rotas que eu nunca vi
De surpresas tão suspeitas
Sempre a me colidir
Ela sabe muito bem,
Que ainda mexe com minh'alma
Por ter sido meu amor, minha calma
Minha quimera mais real
E a encontro em qualquer lugar
Nos lugares mais estranhos
No conforto de outros braços
Está nesta vida, por estar
E quando chega a noite
Desvaria por aí...
Não sabe mais com quem se levanta
Quanto mais com quem vai dormir
Eu não a desejo mal,
Apesar de ter todo direito
Por ter sido escravo dela,
Sepultado sem reza no teu leito
Ela bola maliciosos mapas
E rotas que eu nunca vi
De surpresas tão suspeitas
Sempre a me colidir
Ela sabe muito bem,
Que ainda mexe com minh'alma
Por ter sido meu amor, minha calma
Minha quimera mais real
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Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
Gabriel, O Gênio Pensador - Festa Da Música Tupiniquim
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Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Teatrama
Eu sou poeta,
Ela é atriz,
Eu a descrevo nas coisas mais belas
Ela só acredita no que diz o teu papel
Qual piada ela se lembrou ao sorrir?
Qual dor resgatou ao chorar?
Eu aguardo o final da tua peça
Quieto,
Em prantos,
A lhe admirar
Será que ela confundiu a vida com o trama?
No seu roteiro,
Eu sou aquele que morre ou some sem motivo algum
Qualquer mero figurante da tua comédia romântica
Eu como um tonto,
Tento um canto desafinado
Que rega sutilmente teus olhos infantis
Desconfiado,
Percebo então, mais um belo espetáculo de uma jovem atriz
Mas quando de repente ela falou comigo
Meu coração de poeta se inspirou
Mas no final do Teatrama,
Ao se fecharem as cortinas,
Sou eu que vou pra casa fazendo o papel da dor
Vejo fotos e cartazes espalhados por toda cidade,
Com uma, das tuas milhares de caras
Algumas pintadas,
Colorindo e ludibriando-me de alegria
Será que eu sou pra você como o teatro?
Igual tu és pra mim,
Á poesia?
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sábado, 14 de janeiro de 2012
Maria
Maria,
Enxergas a ave, Maria?
A ave do pecado que vem ao teu encontro
Por que se perde assim,
Nos bosques da vida,
Com qualquer rapaz?
O desejo da carne entre os dentes
Sorri com sua saia rodada,
Pura, decente, discreta, fatal...
Maria,
Enxergas a ave, Maria?
A ave do engano que pousa no altar,
A tua espera
À fim de revelar teus segredos,
Que sonha com uma falsa inocência
No atalho da ilusão
Maria,
Veste-se de branco e azul,
Por cima do negro,
Com uma pura estampa,
Tecendo longos bordados
A ave, Maria...
A caminho dos bosques ainda há tuas pegadas,
Nas árvores,
As marcas de unha revelando o prazer
Da carne realizada ao ser possuída,
Voltando ser Maria,
Em todo amanhecer
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terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Letícia
Os olhos apertados
O sorriso largo
O cabelo na testa
Olhe nos meus olhos
Acredite no que eu te digo
Só duvide do que eu te escondo
Confia em mim,
Que o que há além de nós,
Não interessa
Vem?
Dê-me tua mão
Que eu te protejo
Do teu medo seja ele qual for
Ouça tua música
Que não toca no rádio
Mas na qual eu te acho
Quando tu voltas a escutar
Ainda escuto tua voz de madrugada
Assim meio simples
Sem falar nada,
Encorajando-me a ser quem eu sou
Traduz tuas caras
Não precisar dizer a resposta
Da pergunta que não foi dada
Apenas me abrace forte,
Repousa tua alma na minha
Se conforte aqui
Na beira da praia ou num banco de praça
Que eu canto,
O que quiser ouvir
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Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
sábado, 24 de dezembro de 2011
Escravos da Fé
Chegou a tua vez de mostrar pra que veio
Se quer ser um escravo da fé
Ou seguindo seus ideais,
Fazendo da vida,
O que deve ser feita
Pare de ficar pensando no depois
Pare de ficar contando as horas,
Uma hora chegará,
Mas a vida é agora
Não compre um lugar do céu
Nem siga sermões
A vida não é tão boa
Pra quem fingi ser bom
Não guarde todo esse sentimento
Atrás de um desejo reprimido
O mau de aflora
Deus perdoa os ignorantes
Mas não os que fingem serem cegos
Para pedirem esmolas
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quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Quimera
Longe de mim ela se perde
E a encontro em qualquer lugar
Nos lugares mais estranhos
No conforto de outros braços
Está nesta vida, por estar
E quando chega a noite
Desvaria por aí...
Não sabe mais com quem se levanta
Quanto mais com quem vai dormir
Eu não a desejo mal,
Apesar de ter todo direito
Por ter sido escravo dela,
Sepultado sem reza no teu leito
Ela bola maliciosos mapas
E rotas que eu nunca vi
De surpresas tão suspeitas
Sempre a me colidir
Ela sabe muito bem,
Que ainda mexe com minh'alma
Por ter sido meu amor, minha calma
Minha quimera mais real
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Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
Mulata De Calçada
O cheiro na toalha,
Do teu perfume barato
Tome mais uns trocados
Por ter sido tão bom
Fica mais,
Te pago mais um pouco
Me faça um carinho
Nos teus braços rodados
Mulata de calçada,
Minha negra, me diz teu nome
o verdadeiro,
Ou qual você costuma usar
A gente chega numa idade
Onde as mentiras fazem parte
Pra quem não quer chegar em algum lugar
Me diz, pra onde você vai?
Toda vez que o sol raia
Te faço um acordo...
Fica pra sempre,
Eu te pago a diária
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Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
Medo
A noite cai nas minhas costas
A sombra vem e posta,
O seu medo sobre o ar
Capturo-o como se fosse meu
Cubro teu corpo nú
Sobre o chão gelado
Deito,
Repouso tua cabeça em meu peito
Prometo estar aqui,
Até o sol nascer,
Rematar o teu medo do escuro
Ou de me perder, talvez...
Não sei bem ao certo
Se o que sonhas me alegra
Mas prometo lhe incitar
Na medida certa,
Até não precisar, jamais de mim
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