Eu sou poeta,
Ela é atriz,
Eu a descrevo nas coisas mais belas
Ela só acredita no que diz o teu papel
Qual piada ela se lembrou ao sorrir?
Qual dor resgatou ao chorar?
Eu aguardo o final da tua peça
Quieto,
Em prantos,
A lhe admirar
Será que ela confundiu a vida com o trama?
No seu roteiro,
Eu sou aquele que morre ou some sem motivo algum
Qualquer mero figurante da tua comédia romântica
Eu como um tonto,
Tento um canto desafinado
Que rega sutilmente teus olhos infantis
Desconfiado,
Percebo então, mais um belo espetáculo de uma jovem atriz
Mas quando de repente ela falou comigo
Meu coração de poeta se inspirou
Mas no final do Teatrama,
Ao se fecharem as cortinas,
Sou eu que vou pra casa fazendo o papel da dor
Vejo fotos e cartazes espalhados por toda cidade,
Com uma, das tuas milhares de caras
Algumas pintadas,
Colorindo e ludibriando-me de alegria
Será que eu sou pra você como o teatro?
Igual tu és pra mim,
Á poesia?
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