sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Aroma Barato
Até os bêbados mais sujos da cidade
Sabem teu nome,
O teu perfume doce e forte
Emprenhava-se nas roupas dos homens
Que ali se encontravam
Empestando aquele velho bar,
Com teu aroma barato
Que eu tanto tentava esquecer
Desfilava diante dos meus olhos
Com sua pouca roupa estreita, vermelha
O olhar dissimulada,
Quase nua
Enquanto os velhos fedendo se esfregavam no teu corpo,
Velhos esses,
Que por respeito ou nojo
Não beijavam sua boca
Mas se deitavam com os cachorros da rua
A maquiagem forte,
Talvez pra esconder as marcas do prazer.
Minhas mãos se inquietavam em meu rosto
E rabiscavam teu nome naquele guardanapo usado,
Mas não tão usado quanto você.
A raspa da sociedade sussurrava em teus ouvidos
Um dialeto estranho,
Que você sorrindo fingia desvendar
A linguagem dos alcoólatras caídos
Que a tocavam sem drama
Descontraída,
Ignorava minha retina, que te fixava em chamas,
Enquanto contia minha ânsia,
Pra não te vomitar.
Não é possível que você se venda tanto.
Eu já vi putas mais decentes,
Não se abale com minhas verdades,
Estanque esse falso pranto, fingida.
Você não me surpreende.
Marcadores:
Poema
Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário