sexta-feira, 23 de agosto de 2013
A Bailarina
A Bailarina,
Saltita em sonhos e sonhos meus.
Minha mente rodopia suavemente,
Acompanhado aos gestos seus.
Sedas meus sentidos
Para que eu não possa ver além da dança e da razão.
O teu corpo é um híbrido pássaro alado,
Que passas fugazmente no meu mundo,
Inebriando-me de sensações.
Ou uma borboleta cintilante
De cores púrpuras,
Que pisas em nuvens,
Absorvendo os suspiros
E os olhares vidrados da platéia invisível.
Enfeita meus olhos enxutos de luz,
Ensina-me a voar pelos oasis da ternura,
Enquanto recolhes as harmonias
E as melodias suspensas.
O meu pensamento viaja,
Sincronizado com a leveza de suas pernas e braços.
Oh, Bailarina,
Por que fizeste do meu corpo,
O palco do teu grandioso e efêmero espetáculo?
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Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Aroma Barato
Até os bêbados mais sujos da cidade
Sabem teu nome,
O teu perfume doce e forte
Emprenhava-se nas roupas dos homens
Que ali se encontravam
Empestando aquele velho bar,
Com teu aroma barato
Que eu tanto tentava esquecer
Desfilava diante dos meus olhos
Com sua pouca roupa estreita, vermelha
O olhar dissimulada,
Quase nua
Enquanto os velhos fedendo se esfregavam no teu corpo,
Velhos esses,
Que por respeito ou nojo
Não beijavam sua boca
Mas se deitavam com os cachorros da rua
A maquiagem forte,
Talvez pra esconder as marcas do prazer.
Minhas mãos se inquietavam em meu rosto
E rabiscavam teu nome naquele guardanapo usado,
Mas não tão usado quanto você.
A raspa da sociedade sussurrava em teus ouvidos
Um dialeto estranho,
Que você sorrindo fingia desvendar
A linguagem dos alcoólatras caídos
Que a tocavam sem drama
Descontraída,
Ignorava minha retina, que te fixava em chamas,
Enquanto contia minha ânsia,
Pra não te vomitar.
Não é possível que você se venda tanto.
Eu já vi putas mais decentes,
Não se abale com minhas verdades,
Estanque esse falso pranto, fingida.
Você não me surpreende.
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Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
O Silêncio
Comparando as festas que me convidam,
O silêncio do meu quarto
Parece ser bem mais interessante
Minhas meninas têm mais o que fazer,
Como curtir outras meninas,
Outros amigos,
Outros amantes.
O silêncio é bonito,
Bem mais que alguns assuntos
Não é invocado, sórdido
Nem ao menos inseguro.
Se o homem precisa do outro
É porque não tem a si,
Viro-me bem sozinho,
Com minhas músicas de fossa,
Com o frio,
O vinho,
Com meu café forte
E com que chamam por aí de solidão.
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Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Top 5: Dia dos Pais.
Dia dos pais chegando e com base nesse
tema, montei uma lista de cinco músicas, que se referem aos diferentes tipos de
pais, contendo ainda uma faixa extra. Espero que gostem.
Cliquem para conferir.
Cliquem para conferir.
Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Deixe-me só
Deixe-me só
Deixe-me sozinho
pois assim será melhor pra nós
Deixe-me só
Pois só assim talvez
Você será feliz
Deixe-me só
Dêi-me a liberdade de que preciso
Liberte-se de mim
Desse mal que te causo
Vá em meio desse céu azul
Que eu ficarei aqui,
Nesse nosso quarto escuro, que me toma
E me mata aos poucos
Mas onde é bem mais tranquilo
Não deixe que eu destrua teus sonhos
Dos teus sonhos de sonhar, de amar...
De viver pra sempre ao lado de alguém
Não me chame de "Meu bem"
Não me dê a compreensão
Não estique a mão na intenção de me puxar desse poço
Não me dê carinho
Muito menos amor
Apenas me deixe sozinho
Convivendo com essa dor
Deixe-me só
Deixe-me sozinho
pois assim será melhor pra nós
Deixe-me só
Pois só assim talvez
Você será feliz
Deixe-me só
Dêi-me a liberdade de que preciso
Liberte-se de mim
Desse mal que te causo
Vá em meio desse céu azul
Que eu ficarei aqui,
Nesse nosso quarto escuro, que me toma
E me mata aos poucos
Mas onde é bem mais tranquilo
Não deixe que eu destrua teus sonhos
Dos teus sonhos de sonhar, de amar...
De viver pra sempre ao lado de alguém
Não me chame de "Meu bem"
Não me dê a compreensão
Não estique a mão na intenção de me puxar desse poço
Não me dê carinho
Muito menos amor
Apenas me deixe sozinho
Convivendo com essa dor
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Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
Próprio
Da minha pouca idade,
Herdei a ingenuidade e devoção dos meus avós,
Sem saber que as verdades,
Vão além das catedrais
Eu sou meu próprio Deus,
Sou consequência da minha própria lei,
Não hei de me julgar,
Foi Ele que permitiu
Quantas pedras irão me jogar?
Quantos leões terei que acalmar?
E nem ao menos faço questão de dizer que estou certo
Cada um tem o direito de ser o que é,
Não quero tua jangada,
Teu mapa,
Traço meus caminhos
Com meus próprios pés
Não me converta,
Não me aliene,
Entenda,
Cresça!
Meu templo é minha própria alma,
Faço dos meus conceitos, à doutrina
Minhas escrituras, são minhas marcas
Sou sábio suficiente para a firmar
Que minha única certeza
É minha eterna dúvida.
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Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
Longe de mim ela se perde
E a encontro em qualquer lugar
Nos lugares mais estranhos
No conforto de outros braços
Está nesta vida, por estar
E quando chega a noite
Desvaria por aí...
Não sabe mais com quem se levanta
Quanto mais com quem vai dormir
Eu não a desejo mal,
Apesar de ter todo direito
Por ter sido escravo dela,
Sepultado sem reza no teu leito
Ela bola maliciosos mapas
E rotas que eu nunca vi
De surpresas tão suspeitas
Sempre a me colidir
Ela sabe muito bem,
Que ainda mexe com minh'alma
Por ter sido meu amor, minha calma
Minha quimera mais real
E a encontro em qualquer lugar
Nos lugares mais estranhos
No conforto de outros braços
Está nesta vida, por estar
E quando chega a noite
Desvaria por aí...
Não sabe mais com quem se levanta
Quanto mais com quem vai dormir
Eu não a desejo mal,
Apesar de ter todo direito
Por ter sido escravo dela,
Sepultado sem reza no teu leito
Ela bola maliciosos mapas
E rotas que eu nunca vi
De surpresas tão suspeitas
Sempre a me colidir
Ela sabe muito bem,
Que ainda mexe com minh'alma
Por ter sido meu amor, minha calma
Minha quimera mais real
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Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
Gabriel, O Gênio Pensador - Festa Da Música Tupiniquim
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Saiba que os poetas, como os cegos podem ver na escuridão.
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Teatrama
Eu sou poeta,
Ela é atriz,
Eu a descrevo nas coisas mais belas
Ela só acredita no que diz o teu papel
Qual piada ela se lembrou ao sorrir?
Qual dor resgatou ao chorar?
Eu aguardo o final da tua peça
Quieto,
Em prantos,
A lhe admirar
Será que ela confundiu a vida com o trama?
No seu roteiro,
Eu sou aquele que morre ou some sem motivo algum
Qualquer mero figurante da tua comédia romântica
Eu como um tonto,
Tento um canto desafinado
Que rega sutilmente teus olhos infantis
Desconfiado,
Percebo então, mais um belo espetáculo de uma jovem atriz
Mas quando de repente ela falou comigo
Meu coração de poeta se inspirou
Mas no final do Teatrama,
Ao se fecharem as cortinas,
Sou eu que vou pra casa fazendo o papel da dor
Vejo fotos e cartazes espalhados por toda cidade,
Com uma, das tuas milhares de caras
Algumas pintadas,
Colorindo e ludibriando-me de alegria
Será que eu sou pra você como o teatro?
Igual tu és pra mim,
Á poesia?
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