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sábado, 14 de janeiro de 2012

Maria


Maria,
Enxergas a ave, Maria?
A ave do pecado que vem ao teu encontro
Por que se perde assim,
Nos bosques da vida,
Com qualquer rapaz?

O desejo da carne entre os dentes
Sorri com sua saia rodada,
Pura, decente, discreta, fatal...

Maria,
Enxergas a ave, Maria?
A ave do engano que pousa no altar,
A tua espera
À fim de revelar teus segredos,
Que sonha com uma falsa inocência
No atalho da ilusão

Maria,
Veste-se de branco e azul,
Por cima do negro,
Com uma pura estampa,
Tecendo longos bordados

A ave, Maria...
A caminho dos bosques ainda há tuas pegadas,
Nas árvores,
As marcas de unha revelando o prazer
Da carne realizada ao ser possuída,
Voltando ser Maria,
Em todo amanhecer

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Letícia



Os olhos apertados
O sorriso largo
O cabelo na testa

Olhe nos meus olhos
Acredite no que eu te digo
Só duvide do que eu te escondo
Confia em mim,
Que o que há além de nós,
Não interessa

Vem?
Dê-me tua mão
Que eu te protejo
Do teu medo seja ele qual for

Ouça tua música
Que não toca no rádio
Mas na qual eu te acho
Quando tu voltas a escutar

Ainda escuto tua voz de madrugada
Assim meio simples
Sem falar nada,
Encorajando-me a ser quem eu sou

Traduz tuas caras
Não precisar dizer a resposta
Da pergunta que não foi dada

Apenas me abrace forte,
Repousa tua alma na minha
Se conforte aqui
Na beira da praia ou num banco de praça
Que eu canto,
O que quiser ouvir